
Por outro lado, uma comissão de
especialistas da Fifa acredita que os jogadores devem sim trocar mais apertos
de mãos. O presidente da força-tarefa Futebol 2014 acredita na importância dos
jogadores se reunirem ao fim do jogo para se cumprimentarem: “Acho que seria
uma melhor imagem, deixarem o campo juntos, não recusar um aperto de mão. Eles
devem ser exemplos e se comportar como modelos a serem seguidos”.
Se existem questões raciais
envolvidas na postura britânica não é possível saber. O que podemos concluir é
que a ausência das saudações em eventos esportivos transforma o esporte mais em
uma expressão de guerra, de conflito, do que qualquer outra coisa. A disputa
pelo melhor desempenho, pela maior força, é algo saudável, praticado há milhares de anos. Não estabelecer cordialidade com o adversário é estender
posturas políticas, sociais e culturais, para dentro do campo, o que foge aos
objetivos do esporte.
Nas Olimpíadas de Berlim de 1936,
a Alemanha de Hitler viu no evento a chance de provar a superioridade da raça
ariana. Porém, o chanceler alemão não contava que o atleta negro
norte-americano Jesse Owes fosse ganhar quatro medalhas de ouro em provas de
atletismo. Hitler se recusou a participar da premiação e se retirou do estádio.
Meu objetivo não é comparar
Hitler aos britânicos. A partir do exemplo de 1936 é possível entender que a
beleza do espetáculo se perde quando outros fatores interferem de maneira
inapropriada. Evitar ser cortês com seu adversário significa trazer para dentro
do campo um desconforto prévio. Se a preocupação dos britânicos fosse com a
disseminação de doenças, eles não deveriam estar preocupados também em não
querer transmitir doenças para outros jogadores? Seria esse o início tímido de
mais uma noção de superioridade de raças?
A verdadeira celebração do
esporte é poder juntar em um mesmo lugar milhares de pessoas de origens e
credos diferentes para uma grande festa. A importância das Olimpíadas é tão
grande que os países na Grécia antiga interrompiam seus conflitos para
participarem da competição. As Olimpíadas assim como qualquer outro evento
esportivo deveria ser um campo neutro onde que por breves quinze dias de
competição todos se esquecessem de seus problemas e defendessem seus países no verdadeiro espírito esportivo.
Apenas uma observação: quando se trata de Jogos Olímpicos, a Inglaterra é tratada como Grã-Bretanha. Nos futebol, sim, há a separação entre os países. Fato este que colabora para a Fifa se vangloriar de ter mais filiados que o COI rs
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